Mesmo sem gols, o clássico teve emoções, com os dois goleiros trabalhando, principalmente Fábio. Empurrado pela torcida, o Galo foi melhor e criou mais oportunidades, mas não conseguiu balançar as redes. O Cruzeiro, que procurou jogar nos contra-ataques, conseguiu o objetivo de assegurar ao menos o empate, já que terá a maioria da torcida na final do próximo domingo, às 16h, no Gigante da Pampulha.
Antes da grande final do Estadual, Atlético e Cruzeiro estarão com as atenções voltadas para os compromissos pela Copa Libertadores. O time celeste joga antes, na próxima quarta-feira, às 22h, diante do Real Garcilaso, no Mineirão, em busca da classificação às oitavas de final. Já garantido na fase seguinte, o Galo encara o Zamora, quinta-feira que vem, às 17h30, no Independência, para confirmar a liderança do grupo.
Um ponto negativo, antes do duelo, foi o fato de os rivais perderem peças importantes para o primeiro clássico. O Atlético atuou desfalcado de Ronaldinho Gaúcho, vetado por causa de um pisão no pé direito, sofrido contra o Independiente Santa Fe, pela Libertadores. O armador teve como substituto o jovem Marion. Já o Cruzeiro ficou sem o atacante Dagoberto, poupado em decorrência de cansaço muscular, que cedeu lugar ao veloz Willian.
O jogo
Disposto a inverter a vantagem do Cruzeiro jogando com a torcida toda a favor, o Atlético foi para cima e teve mais volume de jogo, tomando a iniciativa. O Cruzeiro se posicionou mais atrás, mas sem se arriscar muito no ataque. Tanto que a posse de bola do Galo foi bem maior nos minutos iniciais. Mas faltava ser mais efetivo nas jogadas ofensivas. Já o time celeste chegou pela primeira vez em cabeçada de Dedé, depois de cobrança de escanteio.
Depois da pausa para os jogadores se hidratarem, o Cruzeiro melhorou a marcação no meio-campo. Mas ainda chegava de forma tímida ao ataque. O Galo, por sua vez, tinha em Diego Tardelli a melhor opção para conduzir a bola ao setor de frente. A melhor oportunidade do lado alvinegro, no entanto, saiu em um lançamento de Alex Silva, que Marion dominou sozinho, livre na área, mas tentou encobrir Fábio e bateu mal, praticamente recuando para o goleiro.
O Cruzeiro deu o troco com Wilian, que tabelou com Júlio Baptista, recebeu na área e chutou mal, à direita de Victor. O time celeste começou a segurar mais a bola na frente e também reforçou a marcação, dificultando para o Atlético, que passou a abusar dos chutões. Aos 37, Victor socou a bola em cobrança de escanteio e Ricardo Goulart desperdiçou ótima chance, concluindo para fora.
Quando conseguiu chegar trabalhando a bola no chão, o Atlético voltou a assustar. Diego Tardelli aproveitou falha de Samudio e avançou pela direita, mas bateu cruzado e Jô não alcançou. O centroavante, porém, já estava em posição irregular. Foi o último lance importante do primeiro tempo, que teve um Galo mais ousado, sem no entanto mostrar efetividade. “Faltou trocar mais passe, ritmo e velocidade”, admitiu o volante celeste Henrique, na expectativa de atuação diferente na etapa final.
Marcos Rocha, do Galo, e o celeste Willian travaram bom duelo no primeiro clássico decisivo |
Mais chances perdidas
No segundo tempo, o Cruzeiro mostrou mais aplicação e começou melhor. Tanto que teve a primeira grande chance, com Ceará avançando pela direita e chutando para defesa parcial de Victor. A bola ainda bateu em Ricardo Goulart e passou por sobre o gol, assustando os alvinegros. Mas foi o indício de que a etapa final poderia ser diferente. Principalmente com Willian puxando os contragolpes, sempre preocupando a defesa alvinegra.
Mas foi do Atlético a chance mais clara do clássico, aos 18. Jô ajeitou de cabeça para Marion, que ganhou de Ceará, invadiu a área e cruzou para Tardelli, que tocou para fora, livre de marcação. O atacante lamentou a oportunidade incrível desperdiçada, parecendo não acreditar no erro de conclusão. A torcida, no entanto, deu um voto de confiança e gritou o nome do ídolo.
Os treinadores trocaram algumas peças: Marcelo Oliveira apostou em um homem de área, Marcelo Moreno, na vaga de Júlio Baptista. E Nilton substituiu Ricardo Goulart. Do lado atleticano, Paulo Autuori, com opções reduzidas, tirou Marion para a entrada de um atacante de ofício, o jovem Carlos. E o jogo ganhou emoção na reta final, com Fábio trabalhando duas vezes, em conclusões de Alex Silva e Guilherme. Os ânimos se exaltaram depois de lance entre Marcos Rocha e Moreno, mas o princípio de tumulto foi controlado e o clássico chegou ao fim, com a certeza de mais emoções reservadas aos torcedores no confronto decisivo do próximo domingo.
ATLÉTICO 0 X 0 CRUZEIRO
Atlético
Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Otamendi e Alex Silva; Pierre, Donizete, Marion (Carlos) e Guilherme; Tardelli e Jô
Técnico: Paulo Autuori
Cruzeiro
Fábio, Ceará (Maike); Dedé, Bruno Rodrigo e Samudio; Henrique (Nilton), Lucas Silva; Everton Ribeiro, Ricardo Goulart (Nilton) e Willian; Júlio Baptista (Marcelo Moreno)
Técnico: Marcelo Oliveira
Motivo: Primeira partida da decisão do Campeonato Mineiro
Local: Estádio Independência
Data: 6 de abril, domingo
Árbitro: Francisco Carlos do Nascimento (FIFA/AL)
Assistentes: Kleber Lucio Gil (FIFA/SC) e Cleriston Cley Barreto Rios (FIFA/SE)
Cartões amarelos: Leonardo Silva, Marcos Rocha, Victor (ATL); Everton Ribeiro, Marcelo Moreno (CRU)
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