O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, convocou uma reunião para a próxima terça-feira (15), às 17h, na Cidade Administrativa, com os presidentes de Atlético e Cruzeiro, para tentar chegar a um consenso para que o clássico de reabertura do Mineirão, em 3 de fevereiro, pelo Campeonato Mineiro, tenha as torcidas dos dois clubes.
Também vão participar do encontro na sede do governo mineiro o secretário extraordinária da Copa em Minas, Tiago Lacerda, o empresário Ricardo Barra, presidente do consórcio Minas Arena, que administrará o Mineirão pelos próximos 25 anos, e o presidente da Federação Mineira de Futebol (FMF), Paulo Schettino.
Segundo Schettino, o objetivo do governador é sensibilizar os presidentes dos arquirrivais para que todos os clássicos, incluindo o de reabertura do Mineirão, sejam realizados no Mineirão, com as duas torcidas, como é feito desde a construção do estádio, em 1965.
”O governador Antonio Anastasia quer mediar esse acordo e convocou todos os envolvidos para esse encontro no dia 15, terça-feira, às 17h, na Cidade Administrativa. É desejo dele que haja o clássico com as duas torcidas. Pelo que sei, essa será a pauta da reunião”, disse o presidente da FMF ao Superesportes.
A princípio, o Cruzeiro, mandante do clássico, recusa-se a “dividir” o Mineirão porque não tem a garantia de que o rival fará o mesmo quando tiver o mando. O clube celeste já assinou um contrato com a Minas Arena para realizar todos os seus jogos no Gigante da Pampulha nos próximos 25 anos.
Como o Atlético não chegou a um acordo com o consórcio Minas Arena para jogar no Mineirão, a direção cruzeirense teme que os clássicos com mando do Galo sejam no Independência, estádio que, segundo a Polícia Militar, comporta apenas uma torcida por questões de segurança.
”Sermos mandantes com duas torcidas e o outro clube não agir da mesma forma, seriam dois pesos e duas medidas. Não é questão de implicância, é questão de defesa dos direitos do torcedor do Cruzeiro”, disse o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, na última sexta-feira.
No mesmo dia, Gilvan ainda sugeriu que o estado interceda na questão para que “todos” os clássicos sejam no Mineirão e com as duas torcidas. “Se eu fosse governador do estado, deveria ter uma definição do governo. O estado permitiu que o clássico fosse realizado em Sete Lagoas, num estádio sem condição para receber as duas torcidas, fosse realizado no Independência, outro estádio que não permite as duas torcidas. O estado fez o que podia enquanto não existia o Mineirão. Depois do Mineirão, acho, francamente, um absurdo que jogos de grande expressão não sejam realizados no maior estádio de Minas Gerais, que comporta as duas torcidas sem nenhum risco. O Cruzeiro está aberto para sentar e discutir. Não quero impor condição de que o Cruzeiro fará os seus jogos contra o Atlético com torcida única, mas só abro mão disso se o outro clube também abrir mão e vier jogar no Mineirão. Acho que esses jogos todos deveriam ser no Mineirão”.
Reivindicações do Atlético
O encontro de terça-feira também deverá servir para o Atlético expor ao estado as suas queixas quanto ao contrato de licitação vencido pela Minas Arena e que impõe condições para os clubes jogarem no Mineirão. O presidente atleticano Alexandre Kalil é contra explorar apenas 54 mil ingressos e o estacionamento em dias de jogos. Ele pleiteia participação dos camarotes, nos bares e uma redução razoável do repasse de 22% da receita bruta para a concessionária.
Se não houver mudança no contrato, Kalil garante que o Atlético mandará todos os seus jogos no Independência, onde é parceiro comercial da concessionária vencedora da licitação, a Arena Independência (BWA).
Em 4 de janeiro, Alexandre Kalil disse à Rádio Itatiaia que levaria ao governador números mostrando quão nocivas seriam as condições oferecidas aos clubes pela Minas Arena para atuar no estádio da Pampulha. “O Mineirão não é dos mineiros. O Atlético e o Cruzeiro são dos mineiros. Mineirão é de uma empresa privada que quer liquidar o futebol mineiro. A brincadeira é algo em torno de R$ 3 bilhões. Estou dizendo porque estudamos os números. Estamos marcados com o governador para mostrar o horror que é o contrato que estão oferecendo no Mineirão”.
O presidente do Atlético ainda ironizou o fato de o Cruzeiro assinar com a Minas Arena com condições tão ruins. “A torcida do Cruzeiro pode ficar tranquila porque esse contrato pífio que foi feito com o Cruzeiro será modificado também. O que será feito para o Atlético será feito para o Cruzeiro”. (UAI)
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